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Eu não sei pra onde ir
- Vanessa da Mata

Where do we go from here?
- Madonna
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I'm not religious
But I feel such love
It makes me wanna pray
- Madonna

Hoje pensei em ter religião.
- Chico Buarque
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The face of you
my substitute for love
- Madonna

Morphine and chocolate
are my substitutes
- 4 Non Blondes
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duas semanas da mão esquerda protagonista de carminha



















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amor então acaba? acabei com tudo
não que eu saiba eu sei
escapei com vida que se encarrega

matéria-prima que se transforma:
flores existiram mas não resistiram

não me esqueci:
as cicatrizes falam
em raiva em rima

- paulo leminski & roberto carlos
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não sou vítima.
só um pouco
e arrítmica.

- AR
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Amor, então,
também acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.

- Paulo Leminski

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Chãos

O encanador veio.
As torneiras já não gotejam.
Mas por muito tempo gotejaram.
Estou agora enxugando meus chãos.

- AR
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De forma que recolhia coisas de nada, nadeiras, falas
de tontos, libélulas - coisas
Que o ensinavam a ser interior, como silêncio nos retratos.

- Manoel de Barros (trecho do poema IV do livro O guardador de águas)


Every morning I walk towards the edge
And throw little things off
Like car parts, bottles and cutlery
Or whatver I find lying around.

- Bjork (trecho da canção Hyperballad)
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Parafraseando Leminski

hesito
entre a força
e a forca
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- AR
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A inveja costuma ser a verdadeira mola das indignações morais.
- Nicolás Gomes Dávila
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Tudo eu era canário.
- Machado de Assis
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Três semanas depois da entrada do canário em minha casa, pedi-lhe que me repetisse a definição do mundo.
   - O mundo, respondeu ele, é um jardim assaz largo com repuxo no meio, flores e arbustos, alguma grama, ar claro e um pouco de azul por cima: o canário, dono do mundo, habita uma gaiola vasta, branca e circular, donde mira o resto. Tudo o mais é ilusão e mentira.

- Machado de Assis, Ideias do canário.
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Meu Deus do céu, não tenho nada a dizer. O som da minha máquina é macio.
- Clarice Lispector
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Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis.
- Machado de Assis
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Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.
Atia of the Julii, I call for justice.

Rome, 2005
















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ARAR é Matt

"Ain't about the cha-ching cha-ching..." 
canta Matt em Chronicle (2012).


Depois ele para e pergunta ao amigo: 
"Você já ouviu falar em Arthur Schopenhauer?"

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Que amor aposento

Ao ligar o ventilador, faíscas, flâmula,
cheiro crestado soprando.
Mas o aparelho ainda funciona.
Resistiu ao seu primeiro queimor.
Mas agora ele gira leve,
areja devagarinho
minha vida reclusa
em uma câmara lenta.

- AR
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- Tell me how you loved her.
- Like a sickness and its cure together.

Shakespeare In Love, 1998
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Louise Brooks in Chris and Don A Love Story (2007)


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A caixa de Padora (1929) segundo Roger Ebert

"Louise Brooks nos observa da tela como se a tela não estivesse
 ali; ela joga para longe o artifício do filme e nos convida 
a atuar com ela."


"Ela não quer dinheiro, nem sexo; somente se satisfazer 
e alimentar seu egocentrismo."


"Aqueles que amam Lulu tendem a morrer violenta e
 inesperadamente. A expressão do seu rosto durante um tiro 
acidental de um personagem é fascinante."


"'Um dos dez cortes de cabelo que mudaram o mundo',
 de acordo com a revista InStyle."


"Como se inclina de um homem para o outro, 
o único fator constante é a sua vontade: ela quer fazer parte, 
quer fazer amor, quer beber, quer dizer 
aos homens o que quer, e quer conseguir."


"Qualquer um que tivesse aquela imponência, 
e vivesse a vida de acordo com os seus próprios termos, 
tem que ser esmagado pelo destino, 
ou o resto de nós crescerá desencorajado."



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NIETZSCHE E VIVIANE MOSÉ

- Nietzsche é extremamente crítico à história da filosofia.
- É na modernidade que nasce essa paixão pelo futuro.
- Ele estuda os gregos pré-socráticos.
- Nosso modelo de pensamento nasce com Sócrates e Platão.
- O que caracterizava o pensamento pré-socrático era a arte.
- A ideia de verdade não era clara, não era uma ideia que já tivesse sido inventada.
- O pensamento era fundado no devir.
- Tudo muda o tempo inteiro. Nada é fixo.
- Para Nietzsche, os pré-socráticos eram os verdadeiros filósofos, que conjugavam de igual maneira a arte, o pensamento e o saber.
- "Não sou um homem, sou uma dinamite."
-  A história do pensamento humano é a história da negação da vida, de uma ilusão. É a história da construção de um modelo de homem que não existe e que jamais existirá.
- Para Nietzsche, o homem criou uma imagem de si muito superior ao que o homem consegue ser.
- Nossa civilização é vítima de uma interpretação socrático-platônica do mundo.
- O pensamento socrático-platônico matou a pluralidade, o devir.
- A mitologia grega é uma interpretação do mundo seríssima, importantíssima e belíssima que parte da arte como mediação, e não da verdade.
- O tempo nunca começou nem nunca vai acabar.
- Nietzsche, ao invés de perguntar o que é verdadeiro ou falso, pergunta para quê e por que a verdade.
- A verdade é produto do nosso medo da morte.
- "A verdade é produto de uma necessidade psicológica de duração."
- A história do conhecimento humano é a história da cristalização da ideia de verdade.
- O cristianismo é um platonismo para o povo.
- Niilismo reativo: eu reajo a Deus. Ponho em seu lugar o cientista.
- O niilismo da modernidade cria a ilusão do futuro.
- Qualquer futuro tira o homem do instante do devir. O futuro tira o homem da vida.
- Estes niilismos marcantes, platônicos, cristãos e modernos fundamentam nossa moral: a negação do corpo, das sensações (que levam ao erro e ao pecado), do agora, do conflito e da transformação.
- A resposta de Nietzsche ao niilismo é a busca da superação do homem no presente.
- O super-homem parte da afirmação da morte. É o homem que inventa a si mesmo, ao invés de aceitar o modelo pré-estabelecido.
- O super-homem está na superação e não na verdade.
- Se eu quero que o meu desejo aconteça, eu tenho que encaixar o meu desejo no desejo do acontecimento.
- Religião é coisa de ser humano, em geral nefasto, difícil e perigoso.


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Viviane Mosé
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Alto Retrato

Concepção e foto minha (2012)

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Mas na janela o ângulo intacto duma espera
Resolve em si o dia liso.
- Sophia de Mello Breyner Andresen

Rooms by the sea (1951),  Edward Hopper


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as coisas me ampliaram para menos
- manoel de barros
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Rose, Kim's psychic in The real housewives of Atlanta

Rose - "You've got a lot of people who are envious of you.
You don't need a lot of negative people around you"

Kim - "We kind of cleaned out, I think, a lot of people.
But we're working on more as we go."

Rose - "As we get older we find we don't need a lot of friends."

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Viola Davis

The Help, 2011


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de quem é
o dom?
da musa?
meça

- vinícius meira
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COM AMOR E COM FICÇÃO

Chama a atenção um post de Marina W:
....."Importante: Sempre quando o blog se refere a Amor é ficção. Qualquer semelhança com pessoas blablablá."

Antonio Candido:
....."Quando falamos na ternura de Casimiro de Abreu, ou no naturismo de Bernardo Guimarães, não queremos, em princípio, dizer que o homem Casimiro foi terno, ou amante da natureza o homem Bernardo, pois isso importa secundariamente. Queremos dizer que na obra deles há uma ternura e um naturismo construídos a partir da experiência e da imaginação, comunicados pelos meios expressivos, e que poderão ou não corresponder a sentimentos individuais."

Ele continua:
....."Interessando definir, na obra, os elementos humanos formalmente elaborados, não importam a veracidade e a sinceridade, no sentido comum, ao contrário do que pensa o leitor desprevenido, que se desilude muitas vezes ao descobrir que um escritor avarento celebrou a caridade, que certo poema exaltadamente erótico provém dum homem casto, que determinado poeta, delicado e suave, espanca a mãe. Como disse Proust, o problema ético se coloca melhor nas naturezas depravadas, que avaliam no drama da sua consciência a terrível realidade do bem e do mal.
.....Em suma, importa no estudo da literatura o que o texto exprime."

Minhas considerações, várias ao ponto de algumas eu poder esquecer de comentar, começam com o fato mesmo de Marina W não ser, e isso enfatizo, uma leitora desprevenida. Outro questionamento seria, claramente, a analogia que faço através do crítico Antonio Candido entre literatura e textos em blogs, sobretudo os de amor.

Marina, que passeia por redes sociais e por variados sítios na internet, possivelmente sente de maneira crua e instantânea o poeta fingidor de Fernando Pessoa e o sou-contraditório-existem-multidões-dentro-de-mim de Walt Whitman. E, como qualquer ser humano delicado, ela, nesta constatação da pluralidade caótica de cada um de nós, fica desnorteada e indica, logo no começo do post, que isso é importante. Marina assim afirma, como eu afirmo, o terror/temor que é o homem. Ainda que um homem amante.

Em relação à literatura em blogs, seria medíocre alguém voltar com o argumento de que todo blogueiro se sente um escritor ou jornalista. Um bom leitor saberá reconhecer se há literatura em um blog, em um muro, em um e-mail. Assim como ele saberá descartar qualquer literatura em muitos livros, alguns deles até mesmo aclamados. Querer definir onde bons textos podem aparecer, sejam de literatura ou de jornalismo, é puro pedantismo.

Em seguida, o amor - que maior ficção pode haver, se não o amor? E como a literatura de ficção, assim é o amor -

Mario Vargas Llosa:
"(...) a ficção não existe para investigar uma área determinada da experiência, mas para enriquecer de maneira imaginária a vida, a de todos, a vida que não pode ser desmembrada, desarticulada, reduzida a esquemas ou fórmulas, sem que desapareça. Por isso, Marcel Proust disse: 'A verdadeira vida, a vida por fim esclarecida e descoberta, a única vida, pois plenamente vivida, é a literatura."

A única vida, pois plenamente vivida, é o amor. Seja qual for a imagem, a inversão de valores na vida do blogueiro/poeta/jornalista - é o amor, essa ficção que nos mobiliza, transforma, centraliza, que demonstra sermos o 'contraditório harmônico*' em uma existência de 'equilíbrio instável*'.

- AR
*Antonio Cicero

(Para MAR)
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Jorge Cooper




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a partir de certa idade os olhos deixam de poder separar o visível do invisível
- José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis


vendo na realidade um universo de fatos que se propõem e logo se contradizem
- Antonio CandidoFormação da literatura brasileira
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SORRYR

Please, don't say you're sorry again
- Aretha Franklin

Now you say you're sorry
- Ella Fitzgerald

Please don't say you're sorry
- Madonna

Sorry seems to be the hardest word
- Joe Cocker

I'm sorry, so sorry
- Brenda Lee

You said 'I'm sorry, so sorry'
- Maria Mena

Sorry is all that you can say
- Tracy Chapman

Sorry, angel, sorry so
- Serge Gainsbourg
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Nina diz que, embora nova,
já chorou que nem viúva.
Mas acabou, esqueceu.

- Chico Buarque
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