.
.
Elaborei em vão todos os meus sonhos.
- Hilda Hilst
.
.
.
No mundo antigo, a predileção era por histórias de heróis e por mitos; no começo da Idade Média, por histórias de heróis e de santos; se o motivo de amor acaso participava nelas, não tinha nem a mais leve sombra da magia do romance, pois até os poetas que levavam o amor a sério compartilhavam da opinião de Ovídio de que o amor era uma doença que roubava aos homens o uso da inteligência e lhes minava a força de vontade, tornando-os seres infelizes e deploráveis.

- Arnaold Hauser em História social da arte e da literatura
.
.
.
Il y a trois façons de vivre.
Dans le réel. Dans l'imaginaire. Et dans l'autre.

- Alexis Dauda

dans Il était une second fois
.
.
.
Amor, o que renasce.
Voltando sempre. Docilmente sábio
Porque na suavidade nos convence
A perdoar e esperar. Em vida. In pace.

- Hilda Hilst
.
.
.
But being completely alone was a feeling so vast it echoed
- Kya in Where the crawdads sing by Delia Owens
.
.
.
Cansa-me o amor porque é centelha
E exige posse e pranto, sal e adeus

- Hilda Hilst
.
.
.
sendo quem sou, em nada me pareço
- hilda hilst
.
.
.
Senhora dos silêncios
Serena e aflita
Lacerada e indivisa
Rosa da memória

- T. S. Eliot
.
.
o inimaginável
é imaginável

- wislawa szymborska
.
.
.
The clock ticks, the minutes past. I wait. I wait.
- Aunt Lydia in The Testaments by Margaret Atwood
.
.
.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite.
Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça,
meu medo da morte.

- João Cabral de Melo Neto
.
.
.
procuro os silêncios permitidos
- antónio vilhena
.
.
.
desfiando lembranças opacas
- annita costa malufe
.
.
.
sei que a intimidade é o nome que se dá
a uma infinita distância

- ana martins marques
.
.
.
Ainda é tarde
para saber

Ainda há facas
cruas demais para o corte

Ainda há música
no intervalo entre as canções

Escuta:
é música ainda

Ainda há cinzas
por dizer

- Ana Martins Marques
.
.
.
.
.
The world was emptying itself of meaning. Everything was hollow. Everything was withering.
- Agnes in The Testaments by Margaret Atwood
.
.
.
I took care not to react. It's a skill, not reacting.
- Margaret Atwood
.
.
.
no lago branco da lua
- paula tavares
.
.
.
I fell in love with him two seconds after I saw him. And I'll never stop loving him, even though it doesn't make sense anymore.

- Nicole in Marriage Story
.
.
.
brooding on the unfairness of the universe
- agnes in the testaments by margaret atwood
.
.
.
me talking to myself




Waiting For Godot, 2001

.
.
dancing with somebody

.
.
Tenho me fatigado tanto todos os dias
Vestindo, despindo e arrastando amor

- Hilda Hilst
.
.
.
I am in disgrace, which is the opposite of grace. I ought to feel worse about it. But I feel serene, at peace, pervaded with indifference. Don't let the bastards grind you down.

- June in The Handmaid's Tale by Margaret Atwood
.
..

.
.
O sempre chegando, indo a todo canto.
- Artur Rimbaud
.
.
.


Dolor Y Gloria, 2019

.
.
Sim, amava-o muito. Sim, sempre foi assim.
- Wislawa Szymborska
.
.
.
Whatever is silenced will clamour to be heard, though silently.
- Margaret Atwood
.
.
.
só uso a palavra para compor meus silêncios
- manoel de barros
.
.
.
What I need is perspective. The illusion of depth, created by a frame, the arrangement of shapes on a flat surface. Perspective is necessary. Otherwise there are only two dimensions. Otherwise you live with your face squashed against a wall, everything a huge foreground, of details, close-ups, hairs, the weave of the bedsheet, the molecules of the face. Your own skin is a map, a diagram of futility, crisscrossed with tiny roads that lead nowhere. Otherwise you live in the moment. Which is not where you want to be. But that's where I am, there's no escaping it. Time's a trap, I'm caught in it.

- June in The Handmaid's Tale by Margaret Atwood
.
.
.
[travels]
.
.
The tourist I am
Is within

Blood vessels
Arteries
Veins

Heartbeat it it it is love
Or is it artillery?

Vain cells
Keen on skin on touch on spleen


- AR
.
.
.
.
Juliana: I'm sorry, It's just that nothing's fixed in place anymore. You know? Nothing's solid. Like everything is just a reflection of a reflection.

The Man In The High Castle, S04E05
.
.
.
You can wet the rim of a glass and run your finger around the rim and it will make a sound. This is what I feel like: this sound of glass.

- June in The Handmaid's Tale by Margaret Atwood
.
.
.
it seems now like a decade, an era
- June in The Handmaid's Tale by Margaret Atwood
.
.
.
tentando decifrar saudades
- ana cristina cesar
.
.
.
Philo: I was a liability to you. I was your weakness.
Vignette: You were my hope, Philo.
Philo: And you survived.
Vignette: We would have done more than survive. We would have a reason to. We would have worked it out.
Philo: It could never have worked. I'm a broken thing.
Vignette: Not to me. I accepted you. All of you.

- Carnival Row, S01E03
.
.
.
eu vou comer seu bolo
cake cake cake cake cake
cake cake cake cake cake
cake cake cake cake cake

pabllo vittar, psirico & rihanna
.

.
.
I'll pretend you can hear me.
But it's no good, because I know you can't.
- June in The Handmaid's Tale by Margaret Atwood
.
.
.
What I feel is that I must not feel.
- June in The Handmaid's Tale by Margaret Atwood
.
.
.
Quero que saibam:
O meu silêncio é maior
Que toda a solidão
E que todo o silêncio

- Hilda Hilst
.
.
.
[fim de 2019]


resisto
em minha perseverânsia
em minha esperânsia


- AR
.
.
.



The Leftovers, S03E08


.
.
.
se você me perguntar se ainda é seu todo o meu amor
eu sei que certamente vou dizer que sim
- adriana calcanhotto

a minha vida continua, mas é certo que eu seria sempre sua
quem pode me entender
- kid abelha
.
.
.
não volte nunca mais pra mim
don't show up, don't come out

- adriana calcanhotto & dua lipa
.
.
.
Nora to Patrick: You fucking fraud. You fucking liar! You're not in pain. Because if you were in pain, you would know there is no moving on. There is no happiness. "What's next"? What's fucking next? Nothing is next! Nothing!

- The Leftovers, S01E06
.
.
.
James: I'm sorry.
Alyssa: What for?
James: For trying to make you be the answer.

- The End Of The F***ing World, S02E08
.
.
.
segredos carnais à flor da pele
- ana cristina cesar
.
.
.
Não tenho te dito nada.
Ligo para os outros.
O que eu poderia dizer é perigoso: certeza
(assim como
  eu disse: daqui dez anos estarei de volta) de
que nos
  reencontramos, cedo ou tarde.
Mas não sei quando

Cedo ou tarde reencontro – o ponto
de partida

- Ana Cristina Cesar
.
.
.
bling bling, dame bling
bitch better have my money

- pabllo vittar & rihanna
.
.
.
tô louca pro mundo acabar
tô louca pro mundo começar

.
.



Peaky Blinders, S05E04

.
.
   No campo de manipulação de símbolos que caracteriza o consumo, Jean Baudrillard faz do corpo "o mais belo objeto" do investimento individual e social. Desde 1970, em A sociedade de consumo, deixa claro os limites e ambiguidades da "libertação do corpo". "Sua redescoberta, escreve, após uma era milenar de puritanismo, sob o signo da liberdade física e sexual, sua inteira presença... na publicidade, na moda, na cultura de massa, ou no culto da higiene, da dietética, da terapêutica no qual é envolvido, a obsessão de juventude, de elegância, de virilidade/feminilidade, o mito do prazer que o envolve – tudo testemunha hoje que o corpo tornou-se objeto de reverência". A retórica da alma foi substituída pela do corpo sob a égide da moral do consumo. Um imperativo impõe ao indivíduo, à revelia, práticas de consumo visando aumentar o hedonismo de acordo com um jogo de marcas distintas. O corpo é movido ao título de "significante de status social". Esse processo de valorização de si, através do uso de marcas distintivas e mais eficientes do ambiente imediato, depende de uma forma sutil de controle social. O cuidado de si mesmo, inerente a esses usos, revela uma versão paradoxal do narcisismo, "radicalmente distinto, diz Baudrillard, daquele do gato ou da criança na medida em que se coloca sob o signo do valor. É um narcisismo dirigido e funcional da beleza a título da valorização e da troca dos símbolos".

BRETON, David Le. A sociologia do corpo. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2012, p. 84 e 85.
.
.
quando eu entro
bombs go off
viro o jogo
when I enter the building

- anitta & m.i.a
.
.
.

Peaky Blinders, S05E01

.
.
Sunday mood

.
.




Fargo, S02E08

.
.
a gente sempre acha que é
Fernando Pessoa

- Ana Cristina Cesar
.
.
.
desnudo meu olhar
desvisto meu corpo
na janela desprovida
das ânsias
das presenças

- AR


Maceió, outubro de 2019

.
.
neste lago
um vapor
que nunca mais

- ana cristina cesar
.
.
.
oh danny boy, oh danny boy, I love you so

- sung by lisa hanningan, listened while watching fargo season two
.
.
.
o jogo sutil do inconsciente na pele do homem

- david le breton sobre a psicanálise de freud em a sociologia do corpo
.
.
.
Estás ausente.
Mas há no amor
como que eterna
sobrevivência.

(...)

Estás ausente.
Vivo e perene
nestes abismos
do pensamento.

- Hilda Hilst
.
.
.
O que ficou de mim
além de eu mesma
não o sei.
Nem o digas às crianças
porque no que ficou
a palavra de amor
está partida

imperceptível sombra
de flor no ramo frágil.

Nem o digas aos homens
Era o rio
e antes do rio havia areia.
Era praia
e depois da praia havia o mar.
Era amigo
ah! e se tivesse existido
quem sabe ficava eterno.

Nada ficou de mim
além de eu mesma.
Tênue vontade de poesia
e mesmo isso

imperceptível sombra
de flor no ramo frágil.

- Hilda Hilst
.
.
.
eu te amo, mas não sei amar
eu não te amo, mas queria

- martha medeiros
.
.
.
aquela vontade
de fugir e ficar

- martha medeiros
.
.
.
I adore back of necks.
- Björk & Fleabag


.
.
Não sei se me querem, escondo-me sem impasses
- Ana Cristina Cesar
.
.
.
on repeat

.
.
tesão do talvez
- ana cristina cesar
.
.
.
Pensando em você não é bem o termo.
Você na minha pele, me ocorrendo sem querer,
lembrança de perfume.

- Ana Cristina Cesar
.
.
.
Amor é o rio claro das delícias
Que atravessa o deserto, a veiga, o prado

- Casimiro de Abreu
.
.
.
ébrio e sedento na fugaz vertigem
- casimiro de abreu
.
.
.
Minh'alma é um jardim oculto em sombras
Co'as flores em botão

- Casimiro de Abreu
.
.
.
I am here
and you are where you are

.
.
na coragem do amor que não tem fim
- carlos nejar
.
.
.
os olhos tramando um gosto
- adélia prado
.
.
.
quem dera eu pudesse contratar um dublê
pra terminar certas cenas por mim

- martha medeiros
.
.
.
andei tanto por corredores vazios
- hilda hilst
.
.
.
flores, perfumes, solidões
- casimiro de abreu
.
.
.
você
não sente a minha falta

e eu
sem ti

- martha medeiros
.
.
.
que longe os pássaros
- artur rimbaud
.
.
.
por prazer da tristeza eu vivo alegre
- adélia prado
.
.
.
A SERENATA

Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com a boca e mãos incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobo
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
– só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?

- Adélia Prado
.
.
.
.
.
contrariando o I Ching que manda que eu me cale,
ou diga pouco, ou pelo menos respeite esse silêncio

- ana cristina cesar
.
.
.
Estou muito compenetrada no meu pânico.
- Ana Cristina Cesar
.
.
.
.
.
falar não me tira da pauta; vou passar a desenhar;
para sair da pauta

- ana cristina cesar
.
.
.
Tenho medo de perder este silêncio.
- Ana Cristina Cesar
.
.
.
.
.
Um jardim
para D.

As flores
eu carrrego no peito
Lá é sempre primavera
Abraça-me
Sente o perfume

- AR
.
.
.
Agora fiquei ocupadíssima,
ao sabor dos humores,
natureza chique, disposição ambígua (signo de gêmeos).

- Ana Cristina Cesar
.
.
.
ai que enjoo me dá o açucar do desejo
- ana cristina cesar
.
.
.
Pouco a pouco me apago.
O que vivi, cansado
ou já difuso, parece
correr, flutuar.

- Carlos Nejar
.
.
.
Como suportar a palavra,
se nela aparamos
o íntimo sangue
e não há coração suficiente,
não há esquecimento.

- Carlos Nejar
.
.
.
Não era mais homem,
era carga de coisas delirantes.

- Carlos Nejar
.
.
.
os momentos presentes do passado
- t. s. eliot
.
.
.
Viver não é apenas esgotar
este poder ou a glória
apetecida.
É esgotar
a morte.
Esgotando a vida.

- Reinaldo Telles
.
.
.
Gostaria de encontrar-te.
Falar das cousas que já estão perdidas.

- Hilda Hilst
.
.
.
o verdadeiro silêncio de catedral vazia, sem santo, sem altar
- hilda hilst
.
.
.
e começo aqui e meço aqui este começo
e recomeço e remeço e arremesso e aqui me meço

- haroldo de campos
.
.
.
Demelza: Ross, how needful would you say is honesty betwixt husband and wife?
Ross: Is honesty always desired?
Demelza: I'd say so.
Ross: Whatever the cost?
Demelza: Yes.
Ross: Yet consider, are there not some matters, persons, past events, particulars of which I've never asked you? And for you also, are there not... like omissions? Because to ask the question means it can never be un-asked. Nor the answer un-heard.
Demelza: So we should never seek to know the truth?
Ross: Are we sure we always want to hear it?

- Poldark, S05E08
.
.
.
(...)

Schweitzer denomina "a descoberta do gênio artístico", que ele atribui à influência decisiva da filosofia de Plotino. Plotino considera o belo um atributo essencial da natureza divina. De acordo com sua metafísica, somente o artista pode reconstruir para o mundo fragmentado dos sentidos a integridade e a perfeição que se perderam ao separar-se o homem de sua comunhão com a divindade.

- Arnold Hauser, História social da arte e da literatura
.
.
.
como falei antes

.
.
de repente nunca mais esperaremos
- vinicius de moraes
.
.
.
Solilóquio sem fim e rio revolto –
mas em voz alta, e sempre os lábios duros
ruminando as palavras, e escutando
o que é consciência, lógica ou absurdo.

A memória em vigília alcança o solto
perpassar de episódios, uns futuros
e outros passados, vagos, ondulando
num implacável estribilho surdo.

E tudo num refrão atormentado:
memória, raciocínio, descalabro...
Há também a janela da amplidão;

e depois da janela esse esperado
postigo, esse último portão que eu abro
para a fuga completa da razão.

- Jorge de Lima
.
.
.
ah, onde estou, ou onde passo, ou onde não estou nem passo
- álvaro de campos
.
.
.
silêncio interior cheio de som
- fernando pessoa
.
.
.
Quero fugir ao mistério
Para onde fugirei?
Ele é a vida e a morte
Ó Dor, aonda me irei?

- Fernando Pessoa
.
.
.
no ciclo eterno das mudáveis coisas
- ricardo reis
.
.
.
Nada se sabe, tudo se imagina.
Circunda-te de rosas, ama, bebe
E cala. O mais é nada.

- Ricardo Reis
.
.
.
Are you still mad that we slept together even after we had ended it?
Of course you are, of course you are

- Alanis Morissette
.
.
.
com o suor de teu rosto comerás teu pão
até que retornes ao solo, pois dele foste tirado

- gênesis, 13, 19


tu és poema
e ao poema tornarás

- ar
.
.
.
After Grace's father's surgery

Grace: Will, my dad didn't use your blood.
Will: What?
Grace: He had a problem with... He didn't want to use your blood.
Will: Ah! Right. Well, I... am off to bed. 
Grace: Will, I get it, and the second he is feeling better you need to lay into him. He needs to understand --
Will: He thinks how he thinks. I'm not gonna say anything. 
Grace: Are you kidding? Since when are you defeatist?
Will: Don't do that.
Grace: What? Are you mad?
Will: No, Grace. I'm tired. Why do I have to lead the fight? Why, every time someone says something remotely gay, I have to jump in? I've marched. I've written the checks. I've made the calls. But every time you think you can exhale and have your big gay party, somebody tells you they won't bake your cake. I'm not being defeatist, I just don't want to defend who I am all the time. I want a day off. Your dad's not gonna change, Grace, so accept it.

- Will & Grace, S10E15
.
.
.
.
.
Grace reads Will's letter after 30 years he wrote it

Grace: How did I not read this letter? I mean, you went through so much after you came out and I wasn't there for you.
Will: We don't have to talk about it.
Grace: No, we do. I have to. You were tortured. And I never even thought about that. When I got to the part where you write, "Grace, I don't want to be gay. I just wish I was normal." Oh my God, Will. That broke my heart. And then the part that you were thinking about hurting yourself? I mean, is that true? Sweetie?
Will: It was a long time ago.
Grace: Ok, look. This might be 30 years too late. But I just got smart in the last hour. You're right, I didn't think about your pain. I only thought about mine, because that's the way the story of the gay guy and the straight girl is always told. Isn't it? He broke her heart. Poor her. But you were just being who you are, and you were scared to death that the world was gonna find out and hate you for it.

(..)

Grace: I am sorry. I am sorry for not being there with you. I am sorry, Will. I am sorry for not being there when you needed me the most. And I am so, so sorry that I never said this to you before now: The fact that you are a gay man did not ruin my life. It made it so much better. 

- Will & Grace, S10E04
.

.
.
been there









Will & Grace, S10E04

.
.
clearly me nowadays

Will & Grace, S10E01

.
.
a minha independência tem algemas
- manoel de barros
.
.
.
as almas são incomunicáveis
deixa o teu corpo entender-se com outro corpo

- manuel bandeira
.
.
.
Thank you, Emeli Sandé, for not making me feel alone. Again.

.
.
Lendo História social da arte e da literatura, de Arnold Hauser, finalmente encontrei resposta à pergunta que me perseguiu a vida inteira: quando o amor virou mainstream?


Grécia e Roma - A era helenística

(...)


Os personagens pertencem às classes média e baixa; os enredos gravitam em torno de amor, dinheiro, testamentos, pais avarentos, filhos estróinas, amantes insaciáveis, parasitas velhacos, criados manhosos, falsos gêmeos e filhos que reencontraram pais perdidos depois de ignorar-lhes por largo tempo o paradeiro. O amor é indispensável como motivo que desperta o interesse. Também foi Eurípides quem abriu o caminho para a era helenística. Antes dele, o amor era desconhecido como tema de conflito dramático, e na era helenística passou a constituir o eixo da intriga. O motivo amoroso da comédia burguesa talvez seja a mais burguesa de todas as suas características, uma vez que os amantes não lutam contra deuses e semideuses, mas contra a engrenagem da própria sociedade burguesa  – pais que contrariam as paixões dos filhos, rivais ricos, cartas denunciadoras e testamentos ardilosamente maquinados. Sem dúvida, todo esse aparato complicado de intriga amorosa reflete o "desancanto" e a racionalização da vida que sempre acompanha o triunfo da economia monetária e o espírito mercantilista.


Eurípides, você me fez acreditar na ficção do amor e aniquilar a realidade.
Fui um doidivanas. E pior, com espírito burguês. Certa vez um amigo me disse que apenas os ricos sofriam de amor: pois não precisam acordar cedo no dia seguinte, pegar condução, trabalhar o dia todo e voltar cansados à noite para cuidar da família. Sofrimento de amor é luxo. Certíssimo.

- AR
.
.
.
it turns out everywhere you go, you take yourself
- lana del rey
.
.
.
desabotoado, o coração quase de fora
- maiakóvski
.
.
.
tem sido um belo
combate

ainda
é

- charles bukowski
.
.
.
com um desejo maciço e permanente
- vinícius de moraes
.
.
.
deixa eu te amar
- duda beat
.
.
.
I don't wanna look at anything else now that I saw you
Os deuses, as dúvidas, pra que amendoeiras pelas ruas?

- Taylor Swift & Adriana Calcanhotto
.
.
.
I'll tell you the truth, but never goodbye
- Taylor Swift
.
.
.
I've been the archer, I've been the prey
Who could ever leave me, darling
But who could stay?

- Taylor Swift
.
.
.
a ti, minha meditação
so peaceful and quiet

- AR & Taylor Swift
.
.
.
Then I'd be the man pra chamar de seu
- Taylor Swift & Marina Lima
.
.
.
Love does not begin and end up the way we seem to think it does.
Love is a battle, love is a war; love is a growing up.

- James Baldwin

via POSE, S02E08
.
.
.
escaping from allegories
- margaret atwood
.
.
.
and here
to be aware is
to know total
                  fear

- margaret atwood
.
.
.
I move
and live on the edges
(what edges)
I live
on all the edges there are.

- Margaret Atwood
.
.
- Are you okay?


The Handmaid's Tale, S03E10
.
.
se você me perguntar se ainda é seu todo o meu amor
eu sei que eu certamente vou dizer que sim
mas, já depois de tanta solidão
do fundo do meu coração
não volte nunca mais pra mim

.
.
come on and dance with me

.
.
[sozinho no apartamento]


danço tão euforicamente
que chego a me multiplicar

e durante essa festa
muitos se abraçam se beijam
se apaixonam


- AR
.
.
.
ranting and frothing in my insane crisis
- walt whitman
.
.
.
my faith is the greatest of faiths and least of faiths
- walt whitman
.
.
.
I know perfectly well my own egotism
Know my omnivorous lines and must not write any less

- Walt Whitman
.
.
.
the curious mystery of the eyesight
- walt whitman
.
.
.
Dazzling and tremendous how quick the sunrise would kill me,
If I could not now and always send the sunrise out of me.

- Walt Whitman
.
.
eu tô aqui pra jogar conversa dentro
cê tá com tempo?

- anelis assumpção
.
.
.
Tokio: El amor son dos personas balanceándose. Cuonda uno sube, el otro baja. El equilibrio siempre se jode. Por el tiempo, la monotonía, y si no, por gente como yo. Los que solo sabemos sacarnos el dolor de una forma: devolviéndolo.

La Casa De Papel, S03E08


Tokyo is so Madeline who is so me.
.
.
.
já tive tudo com você
dois filhos com você
na minha cabeça com você
tudo com você
conta conjunta com você
suruba com você
uma planta com você
cigarro com você
uma banda com você
um estresse com você
um frango com você
tudo com você

- letrux
.
.
.
existe amor depois do amor
- letrux
.
.
.
e j'a m'bá e já m'bem;
já m'torná bá e torná bem;
e alí'm lí, de pê na tchôm,
sem um vintem, sem um tstôm
tâ crê torná bá...
ma pá torná bem...

- sérgio frusoni
.
.
.
sen bo mi é só, sima sol
sen sul, sen norte

- anilton levy
.

.
.
oh, nha bida, dj'u sabi, ma n'qrê torna flau
ma n'ta amau, y nôs passado cata squecedo
ai, sodade bô, ai, speransa
d'in torna odjau

daqui
.
.
.
I am struggling to deal with this dialogue:

   Ed: But then you got unsound. You decided to make impractical choices, one being to fuck Joseph Bachman, which left me with the most difficult choice of all: to walk out with my dignity or to stay with a woman * who I can simply do not trust
   Madeline: You can trust me to love you. More deeply than I've ever loved anybody. Can you trust me not to fuck things up again? Maybe not. I don't know if I can trust myself with that. I didn't trust my parents' marriage and the one I had with Nathan** was not to be believed. And I don't know what it is. Maybe it's some unconcious preemptive thing where I wanna be the destroyer, not the destroyee. I don't understand, and I rack my brain about it but I... 'Cause all I really want is to be married to you, Just... happily married to you. But I must have low self-esteem or I fucking hate myself or something because look what I've done. If I fuck up again, it will be not with infidelity. I give you my word. All my future mistakes will be brand new ones.

Big Little Lies, S02E05



I can relate to both characters, especially through the highlighted sentences.

* I would change woman to man, more appropriate to the context when I experienced something similar
** Not Nathan, obviously, just someone who should not be named now

And the highlighted sentence in blue = life goals.
.
.
.
broke white people problems


Big Little Lies, S02E02