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as coisas me ampliaram para menos
- manoel de barros
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Rose, Kim's psychic in The real housewives of Atlanta

Rose - "You've got a lot of people who are envious of you.
You don't need a lot of negative people around you"

Kim - "We kind of cleaned out, I think, a lot of people.
But we're working on more as we go."

Rose - "As we get older we find we don't need a lot of friends."

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Viola Davis

The Help, 2011


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de quem é
o dom?
da musa?
meça

- vinícius meira
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COM AMOR E COM FICÇÃO

Chama a atenção um post de Marina W:
....."Importante: Sempre quando o blog se refere a Amor é ficção. Qualquer semelhança com pessoas blablablá."

Antonio Candido:
....."Quando falamos na ternura de Casimiro de Abreu, ou no naturismo de Bernardo Guimarães, não queremos, em princípio, dizer que o homem Casimiro foi terno, ou amante da natureza o homem Bernardo, pois isso importa secundariamente. Queremos dizer que na obra deles há uma ternura e um naturismo construídos a partir da experiência e da imaginação, comunicados pelos meios expressivos, e que poderão ou não corresponder a sentimentos individuais."

Ele continua:
....."Interessando definir, na obra, os elementos humanos formalmente elaborados, não importam a veracidade e a sinceridade, no sentido comum, ao contrário do que pensa o leitor desprevenido, que se desilude muitas vezes ao descobrir que um escritor avarento celebrou a caridade, que certo poema exaltadamente erótico provém dum homem casto, que determinado poeta, delicado e suave, espanca a mãe. Como disse Proust, o problema ético se coloca melhor nas naturezas depravadas, que avaliam no drama da sua consciência a terrível realidade do bem e do mal.
.....Em suma, importa no estudo da literatura o que o texto exprime."

Minhas considerações, várias ao ponto de algumas eu poder esquecer de comentar, começam com o fato mesmo de Marina W não ser, e isso enfatizo, uma leitora desprevenida. Outro questionamento seria, claramente, a analogia que faço através do crítico Antonio Candido entre literatura e textos em blogs, sobretudo os de amor.

Marina, que passeia por redes sociais e por variados sítios na internet, possivelmente sente de maneira crua e instantânea o poeta fingidor de Fernando Pessoa e o sou-contraditório-existem-multidões-dentro-de-mim de Walt Whitman. E, como qualquer ser humano delicado, ela, nesta constatação da pluralidade caótica de cada um de nós, fica desnorteada e indica, logo no começo do post, que isso é importante. Marina assim afirma, como eu afirmo, o terror/temor que é o homem. Ainda que um homem amante.

Em relação à literatura em blogs, seria medíocre alguém voltar com o argumento de que todo blogueiro se sente um escritor ou jornalista. Um bom leitor saberá reconhecer se há literatura em um blog, em um muro, em um e-mail. Assim como ele saberá descartar qualquer literatura em muitos livros, alguns deles até mesmo aclamados. Querer definir onde bons textos podem aparecer, sejam de literatura ou de jornalismo, é puro pedantismo.

Em seguida, o amor - que maior ficção pode haver, se não o amor? E como a literatura de ficção, assim é o amor -

Mario Vargas Llosa:
"(...) a ficção não existe para investigar uma área determinada da experiência, mas para enriquecer de maneira imaginária a vida, a de todos, a vida que não pode ser desmembrada, desarticulada, reduzida a esquemas ou fórmulas, sem que desapareça. Por isso, Marcel Proust disse: 'A verdadeira vida, a vida por fim esclarecida e descoberta, a única vida, pois plenamente vivida, é a literatura."

A única vida, pois plenamente vivida, é o amor. Seja qual for a imagem, a inversão de valores na vida do blogueiro/poeta/jornalista - é o amor, essa ficção que nos mobiliza, transforma, centraliza, que demonstra sermos o 'contraditório harmônico*' em uma existência de 'equilíbrio instável*'.

- AR
*Antonio Cicero

(Para MAR)
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Jorge Cooper




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a partir de certa idade os olhos deixam de poder separar o visível do invisível
- José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis


vendo na realidade um universo de fatos que se propõem e logo se contradizem
- Antonio CandidoFormação da literatura brasileira
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SORRYR

Please, don't say you're sorry again
- Aretha Franklin

Now you say you're sorry
- Ella Fitzgerald

Please don't say you're sorry
- Madonna

Sorry seems to be the hardest word
- Joe Cocker

I'm sorry, so sorry
- Brenda Lee

You said 'I'm sorry, so sorry'
- Maria Mena

Sorry is all that you can say
- Tracy Chapman

Sorry, angel, sorry so
- Serge Gainsbourg
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Nina diz que, embora nova,
já chorou que nem viúva.
Mas acabou, esqueceu.

- Chico Buarque
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