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ó consolatrix afflictorum, onde estás?
- cassiano ricardo
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Querido diário,
Hoje eu saí da terapia confuso. Estou muito próximo de mim mesmo para poder me enxergar. Por vezes, enquanto eu ouvia meu terapeuta, eu tinha a sensação de distanciamento físico para ao menos começar a desenhar meu perfil. Porém, há o tempo. Como posso ter uma opinião sobre mim se ainda estou vivo e precisaria de décadas morto para poder me entender?
Jamais saberei quem sou. Sobretudo por não acreditar nas tantas narrativas analisadas para explicar minha existência. Eu não sou. Eu não tenho escolha. Eu não tenho como escolher porque eu não existo.
Há o corpo. O corpo é o grande enigma. Quero resolver o corpo, mas ele tem seus próprios planos. Quando quero comer, um dente dói. Depois outro, e outros. É que meu esqueleto quer sair, assim como os dentes saíram. Tudo que será exposto será osso.
Que ser medonho o corpo - com sua mudança lenta, quase silenciosa. Eu já achei estar dentro dele, ou ser ele. Mas não, eu não sou orgânico. Também não sou alma, esta palavra bonita que não precisa de medicamentos para dormir. Eu sei, ela não dorme: pois ela é apenas uma palavra. Muitas vezes, eu escrevi: dorme, alma. E nada.
O que resta é sinapse aleatória, descarga de adrenalina e seio maxilar inchado.
- AR
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O centro da alma é a angústia. E a gente passa a vida inteira tentando desviar disso daí, fazendo um monte de coisa.
- Blaise Pascal por Luiz Felipe Pondé em Linhas Cruzadas
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If you have a plethora of competing values, the competition on itself engenders anxiety. And that's well mapped neurophysiologically. And you can say in a sense that anxiety is actually an index of disunity. And so the price you pay for the patchwork is the consequence of the multitude of values that you have competing; they're going to compete: there'll be situations they're going to go head-to-head. It's very stressful. Conflicts of duty even, like, it can be a good against an evil, but it could be two goods against one another. And then you'll have to mediate between them or you're trapped between them in a place you can't make a decision, very existentially demanding.
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EXTRACTS FROM THE BALL POEM BY JOHN BERRYMAN
What is the boy now, who has lost his ball.
What, what is he to do?
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Now
He senses his first responsability
In a world of possessions. People will take balls,
Balls will be lost always, little boy,
And no one buys a ball back. Money is external.
He is learning, well behind his desperate eyes,
The epistemology of loss, how to stand up
Knowing what every man must one day know
And most know many days, how to stand up
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I suffer and move
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