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CAFÉ FILOSÓFICO
A preguiça e a melancolia
com Oswaldo Giacóia Júnior
São os ociosos que transformam o mundo,
porque os outros não têm tempo algum.
- Albert Camus
OS SETE PRAZERES CAPITAIS
Orgulho
Ira
Inveja
Avareza
Gula
Preguiça
Luxúria
Faço, logo existo.
E quem nada faz, nada é?
Acídia
Os pecados capitais são assim chamados por gerarem outros vícios.
Giorgio Agamben classifica a acídia como uma catástrofe antropológica que se abate sobre os homens religiosos.
A acídia é uma pintura muito próxima da lassidão, da indolência - o que a aproxima da melancolia. A melancolia é a tal catástrofe, já que ela gera tédio, desinteresse, fastio, asco pelo esforço.
A acídia tem duas filhas: a melancolia e a preguiça.
São Tomás de Aquino diz que a tristeza é, entre todas as paixões da alma, a que mais causa dano ao corpo.
Os melancólicos desejam com veemência os prazeres para expulsar a tristeza - porque o corpo deles se sente como que corroído pelo humor mau.
No luto, é o mundo que se torna pobre e vazio. Na melancolia, é o próprio ego.
- Sigmund Freud
Preguiça é a vontade de fazer nada, a inação.
A melancolia é a inércia perante a falta de sentido e perante a miséria da vida.
O último-homem (de Nietzsche) é tanto o signo quanto a alegoria de uma visão fantasmagórica contrária ao seu super-homem. O último-homem demonstra uma das mais profundas inquietações de Nietzsche - a compaixão pelo homem moderno e o asco pela sociedade contemporânea.
O homem moderno vive uma contradição, uma dilaceração entre duas aspirações: a necessidade da luta pela sobrevivência e a necessidade de elevação espiritual.
Modernidade - travestir a necessidade de reprodução da vida com uma certa tintura de nobreza. Daí nascem a dignidade do trabalho e a dignidade do homem, tendo estas duas que estar essencialmente relacionadas.
Dividido na contradição entre lutar pela sobrevivência e a necessidade de elevação espiritual, o homem moderno acaba por associar os valores de nobreza ao trabalho e relegar a preguiça a um status vergonhoso de marginalidade.
Nietzsche valoriza o ócio.
Existir significa agir sem qualquer finalidade utilitária. Existir significa gastar, não conservar, aceitando a sua própria dimensão trágica da morte.
- George Bataille
A barbárie civilizada.
A arte é o maior tipo de individualismo na sociedade.
A gaia ciência de Nietzsche (trechos em pdf)
A ética tem uma relação profunda com a arte.
Nós somos também aquilo que não produzimos. Nos constroem também os momentos em que decidimos também nada fazer.
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CAFÉ FILOSÓFICO
A preguiça e a melancolia
com Oswaldo Giacóia Júnior
São os ociosos que transformam o mundo,
porque os outros não têm tempo algum.
- Albert Camus
OS SETE PRAZERES CAPITAIS
Orgulho
Ira
Inveja
Avareza
Gula
Preguiça
Luxúria
Faço, logo existo.
E quem nada faz, nada é?
Acídia
Os pecados capitais são assim chamados por gerarem outros vícios.
Giorgio Agamben classifica a acídia como uma catástrofe antropológica que se abate sobre os homens religiosos.
A acídia é uma pintura muito próxima da lassidão, da indolência - o que a aproxima da melancolia. A melancolia é a tal catástrofe, já que ela gera tédio, desinteresse, fastio, asco pelo esforço.
A acídia tem duas filhas: a melancolia e a preguiça.
São Tomás de Aquino diz que a tristeza é, entre todas as paixões da alma, a que mais causa dano ao corpo.
Os melancólicos desejam com veemência os prazeres para expulsar a tristeza - porque o corpo deles se sente como que corroído pelo humor mau.
No luto, é o mundo que se torna pobre e vazio. Na melancolia, é o próprio ego.
- Sigmund Freud
Preguiça é a vontade de fazer nada, a inação.
A melancolia é a inércia perante a falta de sentido e perante a miséria da vida.
O último-homem (de Nietzsche) é tanto o signo quanto a alegoria de uma visão fantasmagórica contrária ao seu super-homem. O último-homem demonstra uma das mais profundas inquietações de Nietzsche - a compaixão pelo homem moderno e o asco pela sociedade contemporânea.
O homem moderno vive uma contradição, uma dilaceração entre duas aspirações: a necessidade da luta pela sobrevivência e a necessidade de elevação espiritual.
Modernidade - travestir a necessidade de reprodução da vida com uma certa tintura de nobreza. Daí nascem a dignidade do trabalho e a dignidade do homem, tendo estas duas que estar essencialmente relacionadas.
Dividido na contradição entre lutar pela sobrevivência e a necessidade de elevação espiritual, o homem moderno acaba por associar os valores de nobreza ao trabalho e relegar a preguiça a um status vergonhoso de marginalidade.
Nietzsche valoriza o ócio.
Existir significa agir sem qualquer finalidade utilitária. Existir significa gastar, não conservar, aceitando a sua própria dimensão trágica da morte.
- George Bataille
A barbárie civilizada.
A arte é o maior tipo de individualismo na sociedade.
A gaia ciência de Nietzsche (trechos em pdf)
A ética tem uma relação profunda com a arte.
Nós somos também aquilo que não produzimos. Nos constroem também os momentos em que decidimos também nada fazer.