.
I'm walking down your street again
and past your door
but you don't live there anymore
It's years since you've been there
now you've disappeared somewhere
like outer space
you've found some better place
And I miss you
- Everything But The Girl
and past your door
but you don't live there anymore
It's years since you've been there
now you've disappeared somewhere
like outer space
you've found some better place
And I miss you
- Everything But The Girl
Anotações
A. Melo
o tempo silencia as palavras
faz-las evaporar, elas alcançam minha nuvem
somam-se a ela
até à última tempestade
- 13/02/1996
Language deafens me
I become the words I splash about
- I'd rather be quiet -
But instead
My speech tears the silence
and flows along the stream
I try to drift
but drown
- 16/02/1996
Solitário beijo
29/02/1996
Meus pensamentos têm machucado meus lábios
Minha língua é a palavra a ser dita
Vejo a onda e não mergulho
Hesito entre a busca e o abrigo
Igual à morte deveria ser a ausência -
A morte morre em si
Para o morto, a morte inexiste
Mas a ausência é presença contrita em mim
E o silêncio, a única palavra
Meus pensamentos têm machucado meus lábios
Minha língua é a palavra a ser dita
Vejo a onda e não mergulho
Hesito entre a busca e o abrigo
Igual à morte deveria ser a ausência -
A morte morre em si
Para o morto, a morte inexiste
Mas a ausência é presença contrita em mim
E o silêncio, a única palavra
"Podem me chamar de... Ismael?"
"Não, o senhor não se chama Ismael. Faça um esforço."
Uma palavra. Como bater contra um muro. Dizer Euclides ou Ismael era fácil, como dizer ambará quiqui cocó três corujas no guarda-pó. Dizer quem eu era, ao contrário, era como virar para trás e lá estava o muro.
ECO, Umberto. A misteriosa chama da rainha Loana. Rio de Janeiro: Editora Record, 2005, p. 12
"Não, o senhor não se chama Ismael. Faça um esforço."
Uma palavra. Como bater contra um muro. Dizer Euclides ou Ismael era fácil, como dizer ambará quiqui cocó três corujas no guarda-pó. Dizer quem eu era, ao contrário, era como virar para trás e lá estava o muro.
ECO, Umberto. A misteriosa chama da rainha Loana. Rio de Janeiro: Editora Record, 2005, p. 12
Quem era Pipetto? É Pipetto, dizia, mas eram apenas, mais uma vez, meus lábios a recordar. Somente flatus vocis. Quem era Pipetto eu não sabia. Ou melhor, alguma coisa em mim sabia, só que essa coisa se enfurnava, sonsa, na região ferida de meu cérebro.
ECO, Umberto. A misteriosa chama da rainha Loana. Rio de Janeiro: Editora Record, 2005, p. 178.
ECO, Umberto. A misteriosa chama da rainha Loana. Rio de Janeiro: Editora Record, 2005, p. 178.
Poema para iludir a vida
Fernando Namora
Tudo na vida está em esquecer o dia que passa.
Não importa que hoje seja qualquer coisa triste,
um cedro, areias, raízes,
ou asa de anjo
caída num paul.
O navio que passou além da barra
já não lembra a barra.
Tu o olhas nas estranhas águas que ele há-de sulcar
e nas estranhas gentes que o esperam em estranhos portos.
Hoje corre-te um rio dos olhos
e dos olhos arrancas limos e morcegos.
Ah, mas a tua vitória está em saber que não é hoje o fim
e que há certezas, firmes e belas,
que nem os olhos vesgos
podem negar.
Hoje é o dia de amanhã.
Fernando Namora
Tudo na vida está em esquecer o dia que passa.
Não importa que hoje seja qualquer coisa triste,
um cedro, areias, raízes,
ou asa de anjo
caída num paul.
O navio que passou além da barra
já não lembra a barra.
Tu o olhas nas estranhas águas que ele há-de sulcar
e nas estranhas gentes que o esperam em estranhos portos.
Hoje corre-te um rio dos olhos
e dos olhos arrancas limos e morcegos.
Ah, mas a tua vitória está em saber que não é hoje o fim
e que há certezas, firmes e belas,
que nem os olhos vesgos
podem negar.
Hoje é o dia de amanhã.
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