.
.
no cemitério
toda gente pra viver
tem que falecer
- noel rosa

e do cemitério em évora:
"nós os ossos esperamos pelos vossos"
- jorge mautner



κοιμητήριον

Em meu corpo tu deitaste
como um cadáver deita no campo-santo:

estás em mim para sempre,
porém morto.

Mas ossos também acumulo
de outro
e mais outro
e mais outro
e tantos outros ainda virão.

Cada poema que escrevo é uma lápide
e são tantas para talhar que não tenho descanso.

Mas tu, meu amor, sabes que em mim
dormes em paz.

- AR
.