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Pascal levava o próprio abismo dentro dele.
É tudo abismo para mim — desejo, ação,
sonho, linguagem... Sinto arrepiar-me a pele
as lufadas do pânico e, em qualquer direção,
no alto, embaixo, em torno, sofro por toda parte
o silêncio, o sem-fundo, o espaço que me atrai
e me aterra...
- Bruno Tolentino
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